Pesquisadores já confirmaram, através de análises, que os exames utilizados pela Universidade são capazes de detectar as recentes mutações do vírus
Um ano depois do primeiro caso de covid-19 confirmado em Pernambuco, em 12 de março de 2020, o Núcleo de Pesquisa em Inovação Terapêutica Suely Galdino (Nupit), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), contabiliza a realização de mais 78 mil exames do tipo RT PCR para detectar a doença. A UFPE também é responsável, por meio do Laboratório de Bioinformática e Biologia Evolutiva (Labbe), por 138 dos 161 pacientes que tiveram os genomas do novo coronavírus (SARS-CoV-2) sequenciados em Pernambuco - processo feito em tempo real a partir dos testes de covid-19 realizados pelo Nupit.
A partir desses sequenciamentos, foram identificadas, até o momento, 25 diferentes linhagens do vírus no Estado. As recentes mutações do novo coronavírus começarão a ser examinadas pelos pesquisadores do Labbe, mas os pesquisadores do Nupit e do Labbe já confirmaram, através de análises, que os testes utilizados pela Universidade são capazes de detectar as novas cepas.
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Equipe já realizou mais de 78 mil exames para detectar a doença
As cepas sequenciadas pela UFPE advêm de amostras coletadas entre os meses de maio e outubro de 2020, período associado à primeira onda de Covid-19 em Pernambuco. Em Nota Técnica divulgada no início desta semana, pesquisadores e pesquisadoras envolvidas no diagnóstico e sequenciamento das linhagens do SARS-CoV-2 se comprometem a “continuar realizando o rastreio das mutações depositadas nos bancos de dados e, assim, manter o acompanhamento epidemiológico da Covid-19 mais preciso no Estado”. Esses levantamentos auxiliam no rastreio da doença, na redução da transmissibilidade e no desenvolvimento de vacinas.
“Esta análise será realizada com frequência regular pelo grupo, visto que o aparecimento de novas mutações no genoma do SARS-COV-2 é um evento comum e o rastreio das linhagens circulantes no Estado é fundamental para o acompanhamento epidemiológico da Covid-19”, aponta o estudo realizado pelos pesquisadores Rômulo Pessoa e Silva, Marcos da Silveira Regueira Neto, Breno Caldas de Araújo, Klarissa Miranda Guarines, Michelle Melgarejo da Rosa, Valdir de Queiroz Balbino, Moacyr Barreto de Melo Rego, Maira Galdino da Rocha Pitta e Michelly Cristiny Pereira.