O trabalho reconstituiu, por meio de modelização 3D, a Igreja de Thillois, localizada na França, que data do final do século XII
Trabalho desenvolvido de forma conjunta pelos professores Jean-Baptiste Scharffhausen (@scharffhausen.architecture), do Departamento de Expressão Gráfica, e João Marcelo Teixeira (@jmxntg), do Departamento de Eletrônica e Sistemas (DES) e do Programa de Pós-Graduação em Design (PPGDesign) da UFPE, no âmbito da disciplina “Tópicos em design de artefatos digitais I”, da pós-graduação, reconstituiu, por meio de modelização 3D, uma igreja medieval destruída na primeira guerra mundial, a Igreja de Thillois, na França.
Esse trabalho faz parte do projeto de pesquisa “Das ruínas à renovação”, realizado por meio de uma parceria entre a UFPE e a Prefeitura de Thillois, na França. A iniciativa visa permitir, por meio de realidade virtual, a visitação ao interior do edifício histórico, que data do final do século XII. Com o objetivo de levar esse trabalho ao conhecimento do público, foi produzida uma série de oito vídeos que estão disponíveis no YouTube.
O desafio foi revelar o estado do edifício antes de sua destruição. Para isso, foi necessária uma pesquisa de documentação de época. Partindo de uma fotografia do final do século XIX, identificaram-se as diferenças entre os dois estados do edifício, o anterior à guerra e o atual. Assim, foi possível também compreender as escolhas feitas durante a reconstrução da Igreja, realizada entre 1919 e 1939. Por meio da reconstituição virtual, demonstrou-se que o edifício não foi reconstruído conforme o seu estado pouco antes da guerra.
Se Bernard Haubold, arquiteto responsável pela reconstrução da igreja de Thillois, foi, no seu tempo, capaz de conduzir a reconstrução do edifício, é fundamental entender que, atualmente, as tecnologias estão alterando a forma como os arquitetos passam a intervir em edifícios históricos, colocando-se, cada vez mais, a serviço do patrimônio.
Tomando como base o levantamento feito do estado atual do edifício, foi possível colocar em prática algumas funções do arquiteto de hoje: desenhos em 2D e em 3D, render, animação, fotogrametria, nuvem de pontos, exercício de anastilose, até chegar na realidade virtual. Assim, a reconstituição virtual torna-se um exercício indispensável para compreender as diversas camadas da evolução histórica do edifício, servindo tanto para esclarecer as escolhas feitas no passado, quanto para simular as futuras intervenções e, ainda, simular hipóteses, facilitadas pelo modelo digital, dos diversos elementos de composição espacial.